Você já reparou no poder que a publicidade e a propaganda têm na comunicação? Talvez não. Talvez repare mais no espaço que o jornalismo consegue nos programas, na influência que as relações públicas causam na relação entre os meios de comunicação, o Estado e as empresas, e considere que a publicidade é apenas aquele intervalo entre os programas que importam. Ocorre que isso é bastante errôneo. A propaganda e sua influência vão muito além dos comerciais, os espaços entre as matérias nas revistas, e nos vídeos que você pula no Youtube, achando-os chatos por interromperem a sua vida.
A história da propaganda é a história dos desejos humanos
Quem assiste Roma, o seriado sobre aquela civilização, pode se lembrar que os governantes faziam uso de oradores para publicar, em praça pública, os decretos e as vontades dos homens que decidiam. Isso não estava tanto para propaganda quanto à vontade que os comerciantes tinham de vender produtos nas ruas. Mas ambos os esforços já tinham a ver com uma propaganda incipiente que fazia uso de persuasão, instrumentos de venda de imagem, divulgação de campanhas de promoção de bens e serviços, e assim por diante. Porém, o que vemos em cada uma dessas situações é a vontade de suprir um desejo, tanto por parte de quem vende quanto de quem compra, e instrumentos específicos para isso.
Com a evolução histórica, os meios pelos quais a propaganda se tornou cada vez mais impessoal e poderosa aumentaram gradativamente. Na França revolucionária, por exemplo, boa parte da responsabilidade pela queda do antigo regime se deu aos panfletos revolucionários que corriam pelas ruas, por exemplo. Mas já nessa época a propaganda saía do ambiente meramente político para atender demandas económicas e sociais diversas. Foi assim que, cai e sobe regime, a propaganda foi se tornando uma atividade económica como outra qualquer, disposta a atender as vontades de quem iria pagar por ela e os desejos de quem estava buscando bens e serviços para sua vida.
A propaganda contemporânea tem a ver com indústria cultural e redes sociais
O termo indústria cultural foi forjado a partir da segunda metade do século XX por pensadores de esquerda para se referirem a toda uma estrutura de jornais, agências de propaganda, relações públicas e grupos de pressão para motivar o cidadão e o consumidor a ser pacato, produtivo, acrítico, consumista, imediatista e falsamente participativo naquilo que diz respeito à sociabilidade. Um cidadão que não discute profundamente nada, mas que se deixa influenciar por gente paga para puxar o papo para direções determinadas. Um cidadão que engorda consumindo aquilo de que não precisa, e que sonha por alcançar metas que dizem respeito a ego e ausência de bem viver. Um sujeito que trata as outras pessoas em meio a relações de consumo e de uso próprio, e que mal tem condição de avaliar a real qualidade do que consome.
Com a sociedade informática, esse tipo de cidadão ficou ainda mais fortalecido. Isso assim se dá porque embora alguma bandeiras interessantes (igualdade, ambientalismo, feminismo) pareçam motivar o sujeito a sair do seu comodismo, tudo passou a fazer uso de redes sociais para influenciar. Muito bem, nesse novo mundo a propaganda tem papel fundamental. É a propaganda que fundamenta as técnicas de convencimento do marketing quando dizem respeito a produtos sendo mostrados. A propaganda é usada o tempo todo pelas redes sociais. E a propaganda atinge desde a pequena empresa até aquela enorme, que vê seus espaços virarem vídeos no youtube ou trabalhos de social media nas redes sociais.
Vai ainda ficar de fora da propaganda? A propaganda está em tudo. Entre nesse espaço o quanto antes, porque ele é dinâmico e tende a se tornar cada dia mais competitivo, com novas técnicas, ferramentas e armas de persuasão.